Hoje chega ao fim a novela "Meu Pedacinho de
Chão" exibida no
horário das 18h00min horas na Rede Globo, não sei falar sobre novelas como esses críticos que estudam e se dedicam uma vida ao assunto e expressam
lindamente sobre, e nem será essa a minha intensão quando for falar no Novelando, mas vou falar aqui como telespectadora.
"Meu Pedacinho de Chão" é do autor Benedito Rui Barbosa, um remake de 1991, e
foi a
primeira novela no horário das 18 horas a ser exibida pela Rede Globo
em
parceria com a TV Cultura.
Assista aqui o primeiro capítulo de "Meu Pedacinho de Chão".
Versão de 1971.
Confesso que me identifico muito com os
personagens e textos de Benedito, ele costuma retratar bem a vida interiorana e
cabocla, e muito dos "palavriados" e personagens criados por ele, me remete a
minha cidade natal, Palmital, interior de São Paulo, que com certeza já vi
muitos dos personagens de Benedito por lá, ou "personagens" de
Palmital nas novelas dele.
No primeiro dia que eu vi "Meu
Pedacinho de Chão" no ar, eu já me apaixonei pela Vila de Santa
Fé, seus moradores e toda sua magia, sou uma pessoa apaixonada por cores,
daquelas que acredita sempre "que a vida é colorível". Além de ser toda lúdica, ela me levou e me fez lembrar o universo do circo barroco. Vale ressaltar que para compor a maioria das
peças do cenário da novela e roupas dos personagens foram utilizados materiais
reciclados, a maioria deles a partir de garrafas pet. Detalhes ricos foram
percebidos na composição do cenário, figurinos e caracterização dos
personagens.
Uma
curiosidade foi o galo Bené, que vivia no alto da casa do Coronel Epaminondas,
observava tudo o que acontecia na Vila de Santa Fé, o nome do galo é uma
referencia ao autor Benedito Ruy Barbosa.
Vou falar um pouquinho do Zé-Lão (
por Irandhir Santos), o capanga do Coronel Epaminondas ( por Osmar Prado),
um personagem que me encantou à primeira vista, o jeito rude de falar, o andar,
que muitas vezes me lembrava Don Quixote, o homem que todos de Vila Santa Fé
tinham medo, mudou com a chegada de sua "Perfessorinha" Juliana ( por Bruna Lizmeyer). Zé-Lão não fez outra coisa, além de tentar conquistar o coração de sua amada, até
cartinhas de amor ele mandou para ela com a ajuda do Rodapé, seu amigo um
pouco atrapalhado ( por Flávio Bauraqui).
Por traz daquela armadura havia um homem
doce e meigo que foi aparecendo no decorrer da trama, De acordo com que Zé-Lão ia se transformando por amor,
era possível notar também a transformação das cores em seu figurino, a
figurinista da novela, Thanara Shonardie, deu uma explicação no Gshow bem
resumida sobre a mudança do figurino do personagem: "A
transformação de Zé-Lão é como homem e pelo amor, é por amor que ele está se
alfabetizando, e se tornando uma nova pessoa". Pra mim uma das melhores cenas
foi a que Zé-Lão recebe sua nova roupa e se
transforma em um novo homem.
As frases ditas por Zé-Lão sempre foram
frases de um homem que pouco sabia usar corretamente o português e tão pouco
conjugar verbos, mas que falta faz uma conjugação verbal perfeita e ou um
português correto para alguém que tem um coração
" GIGANTE de ENORME de
GRANDE "
né? ... Afinal
" Errado é aquele que fala correto
e não vive o que diz "
(Fernando Anitelli).
"A minha paixão pela senhora é tão GIGANTE de ENORME de GRANDE que as vezes eu acho que ô tô ficando LELÉ DE AMÔ"
"Ô que eu queria mermo era ponhá os óios nela! Ia ser como os sor nascendo duas
vez"
"Eu já conheço o fedor dela, fedor de cheiro bom"
E
viva o AMOR!! Ele trans-e-forma seja
na ficção ou na realidade!